Environment, Social and Governance compõe a sigla ESG. Mas você sabe quais são os principais pilares e os impactos da agenda ESG relacionados as vaquinhas online?
A sigla em inglês que significa Environment, Social and Governance tem se tornado o foco de muitas empresas que procuram modelos de negócio rentáveis. Mas sem deixar de lado abordagens que visam o impacto social positivo. Antes de entender qual é a relação entre vaquinha online e ESG, você precisa entender mais sobre a sigla em si, veja abaixo.
Você sabe o que ESG?
Muitas das propostas do ESG envolvem projetos socioambientais, apoio a movimentos sociais e governabilidade consciente. Essas ideias já vêm sendo discutidas desde 1960, mas foi só em 2004 que o termo foi popularmente utilizado em um artigo denominado “Who Cares Wins“, em uma iniciativa conjunta de diversas instituições financeiras a convite da ONU.
O movimento global com maior proeminência nesse sentido é a adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) pelas Nações Unidas em 2015. Desde então, tem se tornado um modelo econômico sustentável para diversas iniciativas ao redor do mundo.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são, portanto, uma coleção de 17 metas globais, estabelecidas pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Os ODS são parte da Resolução 70/1 da Assembleia Geral das Nações Unidas: “Transformando o nosso mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.
As metas são amplas e interdependentes, mas cada uma tem uma lista separada de metas a serem alcançadas. Então, atingir todos os 169 alvos indicaria a realização de todos os 17 objetivos. Os ODS abrangem questões de desenvolvimento social e econômico, incluindo:
- pobreza;
- fome;
- saúde;
- educação;
- aquecimento global;
- igualdade de gênero;
- água;
- saneamento;
- energia;
- urbanização;
- meio ambiente;
- justiça social.
Porque investir em ESG
Apesar da crise mundial, os números mostram que empresas que investem em ESG tem um retorno mais estável de recursos. Um estudo da Harvard Business School aponta um crescimento de 9% em empresas que se destacaram em ESG nos últimos 20 anos. Deixando claro que é possível optar por um modelo de negócio rentável e ao mesmo tempo sustentável.
Além disso, uma vez que as empresas que adotam o ESG reduzem drasticamente o risco com multas por danos causados ao meio ambiente, gerando mais valor para a companhia investir no próprio negócio.
Ao adotar o ESG, a empresa acaba tendo maior destaque no mercado financeiro, pois gera valor perante os investidores, que preferem alocar seu capital em companhias que se preocupam com a questão ambiental e possuem a política de sustentabilidade.
ESG e Mercado Brasileiro
A Bolsa de Valores brasileira criou em 2005 o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), composto de uma carteira teórica de ativos. Elaborada de acordo com os critérios estabelecidos nesta metodologia, objetivo do ISE, segundo a B3, é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas selecionadas pelo seu reconhecido comprometimento com a sustentabilidade empresarial.
Fábio Alperowitch, gestor da Fama Investimentos, explica que as empresas não precisam optar entre rentabilidade e sustentabilidade: “As empresas mais responsáveis são também mais rentáveis. Você pega por exemplo a Renner (LREN3): ela acorda todos os dias pensando em como vai crescer mais, como aumentar a margem, novos produtos etc.”
Ele destaca que a Renner nunca deixou de pensar em crescimento de resultado. Apenas não admite que esse resultado venha de más práticas. “Se é para comprar por fornecedor que vende roupa através de trabalho escravo análogo à escravidão, eles recusam”, destaca Alperowitch.
ESG e Vaquinha Online
O modelo de vaquinhas online tem como objetivo promover a sustentabilidade em forma de doações para causas sociais, ambientais e de bem-estar comum de pessoas e instituições. Essas ações têm um potencial único de criar visibilidade e trazer apoio não somente regional, mas de todo o mundo.
O crowdfunding ficou em evidência nos últimos anos por permitir que pessoas comuns possam contribuir para o financiamento de projetos e produtos que do contrário não teriam o investimento necessário para tirar a ideia do papel.
Mas essa não é a única aplicação possível desses conceitos. O desenvolvimento digital proporciona uma perspectiva única sobre como um modelo de negócios orientado à ESG pode impactar positivamente a vida das pessoas. Dessa forma, abrindo novos caminhos para que empresas, como o Abacashi, possam criar iniciativas rentáveis, responsáveis e permitindo que pessoas e instituições doem para causas únicas.
Essas ações promovem não só a integração social, mas o interesse no envolvimento de causas sociais e a disseminação de informações sobre onde, como e quando doar.
Vaquinhas ao redor do mundo
É difícil quantificar o impacto social que a pandemia teve em moradores de rua que dependem de doações advindas da circulação de pessoas pela cidade. Pensando nisso a plataforma BetterPlace, da Alemanha, criou uma campanha de doações chamada Strassenspende, com o objetivo de arrecadar doações para os sem-teto.
Essa foi uma maneira simples, porém eficaz de cuidar dessa parcela da população que vive em uma situação de vulnerabilidade.
Em 2021, o Abacashi mobilizou uma campanha de doação com o objetivo de enviar recursos para a evacuação da população afegã da região ocupada pelo Talibã.
A crise na região se tornou uma crise humanitária séria, e com esse fundo de doações, juntamente com outras instituições, foi possível salvar mais de 300 pessoas que corriam o risco de serem executadas.
Essa ação evidenciou a importância da existência de canais de doação direta para causas imediatas. Além dessa, plataformas cujo intuito é causar impacto social apoiam dezenas de outras causas e recolhem recursos de todas as partes do mundo, direcionando-as para causas de extremo impacto socioeconômicas.
Ações como essas trazem à tona reflexões sobre como um modelo econômico sustentável pode auxiliar pessoas, instituições e governos a criarem iniciativas únicas e eficazes no combate à fome e à pobreza.
Aqui no Brasil é comum encontrarmos diversas campanhas de doação não apenas de alimentos, mas de roupas, medicamentos e outros artigos essenciais. Mas essas campanhas muitas vezes não recebem doações substanciais de um ou outro produto, dificultando a distribuição de forma consistente para quem necessita mais.
Cenário de doações no Brasil
Você sabia que, no Brasil, o IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social) promove uma pesquisa de doações? Até o momento duas pesquisas foram realizadas, uma em 2015 e a mais recente em 2020.
A ideia surgiu ao se perceber que não havia dados significativos de doação de abrangência nacional, e, desde então, vem coletando informações para traçar o perfil de doação individual de cada brasileiro.
Os resultados da Pesquisa Doação Brasil 2015 representaram, portanto, uma revolução na forma como a Cultura de Doação era vista no Brasil. Ela revelou que quase a metade da população (46%) havia doado, em 2015, pelo menos uma vez para organizações sociais, e 77% da população havia doado alguma quantia a outras pessoas ou instituições.
A pesquisa também mostrou que os valores doados eram baixos (entre R$240 e R$480 por ano), mas o montante total atingiu a cifra de R$13,7 bilhões. Mais do que todo o investimento social privado feito por empresas.
Já em 2020 o percentual de doadores de todos os tipos (dinheiro, bens e trabalho voluntário) caiu. Enquanto em 2015, 77% da população havia feito algum tipo de doação, em 2020, o percentual ficou em 66%. Quando se trata de doação em dinheiro, a proporção caiu de 52% para 41%. E no caso de doações para organizações e/ou iniciativas socioambientais, a redução foi de 46% para 37%.
O montante total de doações em 2020 foi de R$10,3 bilhões.
Impacto social e mudança de prioridades
Se tem uma coisa que as pesquisas de 2015 e 2020 mostraram, é que o brasileiro acredita que as doações são importantes para a sociedade como um todo. Tópicos como a fome e acolhimento de moradores de rua, assim como prevenção de maus tratos de animais se tornaram proeminentes nas pesquisas e mostram como a vida pós-pandemia mudou a perspectiva de todos a nível social.
Em 2015 os dados revelaram que 57% dos brasileiros acreditavam que as ONGs são necessárias para o desenvolvimento de ações socioambientais, mas esse número subiu para 74% em 2020, juntamente com o crescimento na confiança de que as ONGs fazem um bom trabalho no direcionamento de verbas (45% em 2020 contra 28% em 2015).
O conceito de que a doação faz bem para o doador cresceu significativamente, de 81% para 91% da população, atingindo uma maioria quase absoluta. Outro aspecto positivo é que a ideia de que o doador não deve falar que faz doações está perdendo força. Em 2015, ela contava com a concordância de 84% da população e, em 2020, o percentual caiu para 69%.
Este é um ponto especialmente importante porque o hábito de falar sobre a doação estimula sua prática, traz inspiração, esclarece temores e desperta o interesse de outras pessoas.
ESG, crowdfunding e você
Muitas informações, não é? Mas não se assuste! Compartilhar um pouco de conhecimento sobre as diferentes formas de contribuir, além de mostrar a importância das políticas ESG não só para o Brasil, mas para o mundo como um todo é uma ótima forma de saber como fazer o bem. A expansão do mercado digital abre novas portas todos os dias, e com elas novas formas de causar impacto social positivo. Gostou do papo? Fique ligado aqui no Blog Abacashi que em breve tem mais!
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